Estudo vê país em armadilha de baixa produtividade

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Nesse artigo Technik Engenharia destaca o que se observa nas visitas e consultorias as empresas e em contatos com profissionais da indústria, considerando nosso mercado de atuação.

Facilmente é constatado que o mercado de trabalho no Brasil está preso em uma armadilha de baixa produtividade e as estáticas mostram que um trabalhador brasileira produz um quarto do que um trabalhador de um país desenvolvido, como por exemplo Estados Unidos.
Atividades que demandam menos estudo e oferecem salários mais baixos ampliam espaço no total de vagas criadas, eliminando eventuais impactos de caráter transitório causados pela pandemia no mercado de trabalho.

Trabalho de pesquisadores vinculados ao FGV Ibre indica que o mercado de trabalho está preso em armadilha de baixa produtividade, com mais vagas criadas para atividades com baixos salários e de menos estudo e pouco espaço para as de transição tecnológica.
Já profissões que põem o país em uma nova fronteira tecnológica, com mais qualificação e renda, como engenharia por exemplo, até crescem, mas ainda são pouco representativas.

As tendências foram identificadas em estudo de pesquisadores vinculados ao FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) com base no período de 2012 a 2019, para eliminar eventuais impactos de caráter transitório causados pela pandemia.
Entre as vagas que mais cresceram, em número de ocupados, estão vendedores de produtos diversos, em pontos comerciais ou nas ruas.
Empregos em áreas relacionadas à transição tecnológica, como analistas de dados e serviços de TI (tecnologia da informação), também avançaram, mas sem alcançar tanto espaço na comparação com o total de profissionais no país.

De 2014 a 2016, o Brasil embarcou em um período de dificuldades e amargou uma recessão, cujos prejuízos não foram totalmente recuperados. Nesse quadro, a busca por vagas em serviços com menos exigências e no setor informal, por exemplo, foi alternativa para entrada ou reingresso no mercado de trabalho, inclusive de pessoas com formação superior.

A tendência de crescimento do emprego em serviços é um fenômeno global. Não é a novidade em si. A questão do Brasil é que, entre os serviços que mais crescem, estão aqueles predominante mente informais e com menos exigência de escolaridade.
De 2012 a 2019, o país até teve avanços na área de educação —o que costuma ter reflexos na empregabilidade—, mas insuficientes para uma melhora forte nas condições de emprego.

Conforme o levantamento, mais de 44,7 milhões de trabalhadores não possuíam ensino médio completo no início de 2012. O número caiu para 37 milhões no final de 2019.
O predomina no mercado de trabalho são as categorias de “outros vendedores”, com a dos comerciantes e vendedores de lojas, vendedores de ruas e postos de mercado , incluindo ambulantes que trabalham com comida, cabeleireiros, condutores de automóveis, camionetes e motocicletas, acentuado pelos aplicativos de transportes e entregas e cozinheiros (58.635) estão entre as dez ocupações em ascensão.

BAIXA PRODUTIVIDADE

O estudo da FGV Ibre ainda analisa o comportamento de vagas de trabalho intensivas em tecnologia, ocupações que vêm ganhando peso, mas ainda não são tão representativas.
A demanda por instaladores de equipamentos eletrônicos e de telecomunicações, por exemplo, foi a terceira ocupação que mais cresceu entre 2012 e 2019 (13,1% ao ano).

Outras atividades relacionadas à tecnologia da informação e comunicação, como dirigentes de serviços de TI e especialistas em dados, também são ocupações emergentes, com avanço da população ocupada em torno de 10% ao ano.
O levantamento do FGV Ibre também aponta os tipos de ocupação que mais recuaram em média, entre 2012 e 2019.
Os pesquisadores chamam a atenção para a redução de postos de trabalhadores classificados como elementares.

Na lista estão trabalhadores elementares da agropecuária, da pesca e florestais, trabalhadores elementares da mineração e da construção e trabalhadores domésticos e de limpeza de interior de edifícios.
Pelo menos dois fatores ajudam a explicar, em parte, o declínio das atividades. Ela relata que a modernização vem reduzindo funções associadas a tarefas repetitivas e operacionais.

Além disso, avanços incipientes na área de educação, entre 2012 e 2019, podem ter levado uma parte desses profissionais a migrar para outras atividades com rendimentos um pouco mais atraentes, especialmente dentro de serviços.
Segundo economistas, a crise gerada pela pandemia aumenta os desafios para a recuperação do mercado de trabalho no Brasil.
“É preciso um esforço para que o país aumente a qualidade educacional, e que ela seja voltada para o mercado de trabalho a longo prazo”, diz Sergio Firpo, professor de Economia do Insper.

Firpo acrescenta que, para avançar na geração de empregos, o Brasil também precisa colocar em prática uma agenda que estimule a competição entre as empresas.
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Autor: Leonardo Vieceli

Fonte: pressreader.com/Folha de São Paulo

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